Atualmente
muito tem se falado sobre a quarta revolução. Mas, afinal, o que é isso?
Segundo o autor do livro "A Quarta Revolução
Industrial", Klaus Schwab, "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica
que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos
relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será
diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes".
Isso significa que a quarta revolução industrial é
promovida pela neurotecnologia e pela engenharia genética, traduzindo em uma
linguagem menos técnica, pela robótica.
Mas vamos entender melhor essa evolução das
revoluções industriais:
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na
Inglaterra, no século XVIII, fomentada pela invenção da máquina à vapor e,
principalmente, em função da sua utilização na produção têxtil. Tal utilização
reduziu para o contexto de Arte (sem menosprezo à arte, mas apenas para
demonstrar a mudança da escala de produção) a produção manual, com os teares manuais
usados à época. Foi também responsável pelo êxodo rural e aumento populacional
nas metrópoles.
A Segunda Revolução Industrial, intensificada em
meados do Século XIX, a escala de produção industrial passou para os inventos
que facilitavam a vida das pessoas: Carros, televisores, rádios,
eletrodomésticos etc. Notem que, nas duas revoluções, novas profissões foram
criadas e o homem saiu do campo em busca de oportunidades de trabalho.
A Terceira Revolução Industrial, por sua vez, ocorreu
em meados do século XX, mais precisamente logo após a Segunda Grande
Guerra. Nela, houve uma integração maior
entre a ciência e os fatores de produção, conhecida por revolução
tecnocientífica. Aqui, a transformação não aconteceu exatamente nos meios de
produção ou especificamente na esfera industrial, se começou a falar em
automação de processos, mecanização das atividades exercidas até então pelo
homem e otimização da produção. Aqui, a atividade humana começou efetivamente a
ser ameaçada pela presença das máquinas. No entanto, sempre há uma nova
possibilidade e um novo mercado se abre. A tecnologia começou a se transformar
em um nicho importante do mercado.
Agora, na Quarta Revolução, a qual não gosto de
chamar de Revolução Industrial justamente por acreditar que as mudanças vão
muito além da esfera da indústria, impactando a sociedade de forma mais
profunda, a robótica começa a assumir muitas das funções humanas. Os robôs
estão presentes na indústria, no agro-negócio, nos hospitais e até concedendo
entrevistas. O eixo de trabalho está sofrendo uma nova mudança e os
profissionais ligados à Tecnologia estão cada vez mais valorizados. Profissões
tradicionais como engenheiro, arquiteto e até advogados precisam se reinventar
para garantirem seu espaço, afinal, os softwares fazem quase tudo, consultores
com inteligência artificial estão prontos a te dar um conselho, robôs evitam
que médicos tremam suas mãos durante uma cirurgia. O Watson, da IBM, é um
consultor empresarial com inteligência artificial, chamado de “Plataforma para Negócios
Cognitivos”.
Então... O que você quer ser quando crescer? É isso
mesmo?
Mas o que chama minha atenção e talvez desperte sua
curiosidade, é o que vem pela frente! Se a robótica se expandir para diferentes
setores da sociedade, os carros serão autônomos, as colheitadeiras também e,
aliás, o plantio e irrigação também! A produção industrial será totalmente
robotizada e, o mais assustador, é que a tecnologia e a robótica dominarão um
campo até então chamado de “Blue Ocean” para os humanos, que é o setor de
serviços!
Imagem da Internet |
Espere, então, que na Quinta Revolução nós estejamos
trabalhando para a inteligência artificial, ou seja, nós trabalharemos para
garantir que as máquinas sobrevivam e funcionem. Provavelmente, nossa dependência
dos robôs ou melhor dizendo, da inteligência artificial, pode se assemelhar da
nossa necessidade crucial da internet.
Talvez, nomes como Elon Musk (Tesla) e Richard Branson (Virgin Airlines) tenham percebido que o domínio da Inteligência Artificial passe pelo controle
da Internet e já começaram a dar os primeiros passos para atingirem esse status.
Obviamente, teremos um mundo mais desigual e mais injusto sob o ponto de vista
de distribuição de renda, no entanto, profissões que oferecem risco à vida
humana, como segurança pública e trabalhos em áreas de risco, serão exercidas
por robôs. Talvez até mesmo os criminosos sejam robôs... Quem sabe? O crime
pode mudar sua face, deixando de ser um fato com predominância física para um
fato com predominância virtual... Os robôs, talvez autonomamente, sejam
compelidos à prática de crimes para atender interesses diversos, de grandes
organizações criminosas ou de pessoas inescrupulosas.
O que me serve de alento é que, tanto organizações
criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho)
terão que investir em tecnologia e se reinventarem, ou seja, provavelmente
deixarão de existir. Quanto à corrupção política, aí tenho minhas dúvidas, pois
estes terão à sua disposição a máquina pública, dinheiro e a capacidade de investimento
em tecnologia.
Quanto ao seu negócio? Acho bom colocar as “barbas
de molho”. O espaço de tempo entre as revoluções vem caindo... A Quinta
Revolução pode chegar antes mesmo que você se atente de sua existência!
Para as empresas tradicionais, investimento em
pesquisa e desenvolvimento, um olhar atento para o futuro através de uma análise
de tendências e de cenários bem como um plano eficiente de gerenciamento de riscos e continuidade de negócios se faz cada vez mais necessário.
A Segurança da Informação ganhará cada vez mais
espaço dentro de unidades de negócios que até então não necessitavam de tanta
tecnologia... Está preparado?
Aliás, a pergunta que quero deixar para reflexão é:
Você está preparado para deixar de ser escravo do sistema para ser escravo de
uma máquina? Na verdade, sempre fomos escravos de alguma coisa, sempre servimos
a este ou àquele propósito... Mas servir um robô para garantir minha segurança,
minha alimentação, minha água potável ou minha saúde é algo que, a bem da
verdade, não estou preparado. E você?
Fábio Anjos
Mestre ISO; Professor Universitário; Especialista
em Segurança da Informação, Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios; Especialista
em Finanças e gestão empresarial; Consultor empresarial e Auditor Líder.